Neil já tinha trabalhado em várias agências –
Standard Propaganda,CNI, P.A Nascimento, Alcântara Machado Publicidade, Salles Interamericana de Publicidade, Norton Propaganda …Passava por uma fase de cansaço, de dúvidas, queria viajar.
Resolveu parar um pouco e dar um tempo na nossa casa na Granja Viana que naquele tempo tinha muita vegetação, muito mato, como a gente gostava. Anos 70. Não tínhamos telefone. Nem todas as pessoas tinham telefone, um luxo para esses dias.
O chamado veio por telegrama.
Começou aí uma colaboração muito feliz. Durante 13 anos a dupla produziu campanhas, anúncios que marcaram época: a morte do orelhão da TELESP;o leão do Imposto de Renda; o baixinho da Kaiser.
Até que a inquietação do Neil falou mais alto e ele decidiu parar outra vez.. Mas Zaragoza fez um gesto engraçado, terno, que nunca tinha sido feito antes.
Publicou um anúncio com um apelo irrecusável. Claro, Neil voltou para a DPZ. Ou melhor, para o Zaragoza.
Naquele tempo , antes dos celulares e de toda a tecnologia atual, a comunicação era feita, em grande parte, através do fax. Assim foi feita a sugestão para o editor da revista Veja, o jornalista Augusto Nunes.
Augusto: Pena que durou tão pouco: Mas foi ótimo. Agora, no meio do temporal, que “torpedinho” encantador o mais notório “Z” da propaganda está publicando neste fim de semana nas colunas especializadas. Você vê notícia nisto?
Neil
E, na edição de 20 de março de 1991 a Vejinha publicou:
São incontáveis as manifestações da amizade e da cumplicidade de Neil e Zara. Anúncios, campanhas, viagens, são bem conhecidos.
Mas Zaragoza tinha outros interesses, além da Publicidade. Foi um artista plástico com grande produção, sua obra esteve exposta muitas vezes em galerias e publicada em livros à altura da competência de um grande Diretor de Arte.
Algumas vezes Zaragoza entregava textos de apresentação a críticos de arte como Jacob Klintowitz ou Olívio Tavares de Araújo. Em outras ocasiões Neil redigia textos comentando as exposições.
Eliana